Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!
Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!
Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...
E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando...
Florbela Espanca
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É neste ciclo sem fim que a vida se transforma quando não há porto de abrigo, quando ninguém rema connosco enfrentando a turbulência do mar da vida. Perdemo-nos na inconstância ou de amores de consumo rápido ou de tentativas de esquecimento ineficazes…
Tudo faz sentido quando se caminha lado a lado, acreditando e lutando dia-a-dia por uma felicidade mútua.
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