quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dia 67 - Unicidade

Retirado de biorritmo.spaces.live.com


A vida é uma constante descoberta de nós mesmos e que vai de encontro aos outros… Só quando nos conseguimos encontrar, é que conseguimos definir o caminho, perceber o que procuramos… somos em parte o que reflectimos nos outros… e reflectimos aspectos diferentes consoante as experiências que vamos vivenciando. Por isso cada pessoa é única e é nessa unicidade que absorvemos o que nos rodeia de uma forma especial e diferente…
Por isso para alguns…
“A flor perfeita e rara, podemos esperar a vida toda para encontra-la e mesmo assim não seria um desperdício."
O Último Samurai


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dia 66 – Expectativas


Retirado de buscandoosentido.blogspot.com

“Há algum tempo, me convenci de que um dos maiores inimigos da humanidade é, sem dúvida nenhuma, a expectativa. Estranho? Pode ser, mas há uma explicação.
Toda a vez que concebemos um plano – qualquer plano, por mais simples que seja – não conseguimos evitar a tentação de criarmos fantasias sobre o que pode acontecer. Ficamos sempre esperando que algo ocorra, tendo, muitas vezes, sérias dificuldades em colocar nossos desejos dentro de perspectivas mais realistas. E quando, por qualquer motivo – afinal, a vida é uma caixinha de surpresas –, eles não sucedem como imaginamos, sentimos como se o mundo – o universo! – estivesse contra nós.”
Margarete Hülsendeger

As expectativas são linhas orientadoras daquilo que definimos como metas pessoais. Fazem-nos sonhar, querer ir mais além, acreditar, empenhar-nos… mas tal como supra-citada autora afirma, quando não sucedem da forma que esperamos desencadeiam desilusão, frustração e até revolta.
Há dias que acreditamos que irão ser especiais, mas terminam da forma banal que sempre foram… o importante é não deixar de acreditar e sonhar…

http://www.youtube.com/watch?v=uSD4vsh1zDA

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dia 65 – Súplica


Retirado de joaquimevonio.com

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga
http://www.youtube.com/watch?v=u86VdOc3asA

domingo, 24 de outubro de 2010

Dia 64 – Inversão de papéis

Os meus novos dias tem sido pacíficos… sem os sobressaltos emocionais a que tanto me habituei…
Hoje consigo ver com mais clareza, consigo ter a frieza de não pensar apenas com o coração… consigo ceder ao impulso…
Retirado de pikenaenginhocas.blogspot.com
E depois inúmeras vezes ter ouvido os amigos que sempre me tentaram abrir os olhos, dou por mim, inconscientemente, a desempenhar o mesmo papel… a ter a objectividade subjectiva de avaliar o que me rodeia, de tentar desmistificar as pessoas… parece fácil, quando não estamos no centro do problema, quando apenas o observamos na periferia… eu não quero destruir os sonhos de ninguém, nem gostaria de ser fria com quem gosto e me preocupo, apenas gostava de poder ver e fazer felizes os residentes (pelo menos os permanentes!) do meu pequeno mundo…

http://www.youtube.com/watch?v=NuxS-9t3tnY

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Dia 63 – Adeus


Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Retirado de simple-cidade.blogspot.com


Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.

Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.


Adeus.

Eugénio de Andrade





Dia 62 – Novos horizontes

Os dias não têm de ser necessariamente todos iguais, sem sentido, monótonos, sombrios…
A vida não tem de ser inodora, insípida, obedecendo ao mecanicismo, a um Taylorismo absurdo…
Os pensamentos não têm de ser negativistas, estanques, imoldáveis…
Os sentimentos não têm de ser prisões, pedras alicerçadas que nos sufocam e nos empurram para o precipício…

Tem de existir algo mais…
Retirado de elacerdapaulo.blogspot.com

 A surpresa, o inesperado, a magia da mudança, do descortinar, a visão após a cegueira, o arriscar, o partir para o desconhecido destemidamente…

Algo a que se possa chamar VIVER!


http://www.youtube.com/watch?v=doq7PNnW1-o

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Dia 61 – Ser Poeta


Retirado de ana-guima.blogspot.com



Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca